Olimpiadas

Artigo: Sejamos épicos

Que todos nós nos inspiremos no espírito olímpico ao menos nestas três semanas das Olimpíadas de Paris. Deixemos os medos e a covardia de lado

Esta foto de arquivo tirada em 13 de setembro de 2017 mostra os anéis das Olimpíadas na Esplanada do Trocadero, perto da Torre Eiffel, em Paris, depois que o Comitê Olímpico Internacional nomeou Paris como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024 (Paris-2024)  -  (crédito: CHRISTOPHE SIMON/AFP)
Esta foto de arquivo tirada em 13 de setembro de 2017 mostra os anéis das Olimpíadas na Esplanada do Trocadero, perto da Torre Eiffel, em Paris, depois que o Comitê Olímpico Internacional nomeou Paris como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024 (Paris-2024) - (crédito: CHRISTOPHE SIMON/AFP)

Às vésperas das Olimpíadas de Paris, a emoção toma conta… Ela há de ser mais forte do que o turbilhão de coisas ruins desse planeta inseguro, no qual a paz começa a ser vista como sonho a ser perseguido. Os atletas chegando e a movimentação nos arredores da Cidade Luz nos enchem de esperança. A cada perfil da Editoria de Esportes sobre os atletas e técnicos brasilienses que vão representar o DF em Paris, o ânimo aumenta. Os atletas daqui e de outros estados nos honrarão. As imagens edificantes inundarão nossos corações de emoção.

Além da série de perfis dos protagonistas brasileiros que publicamos, os profissionais do Correio Victor Parrini, Danilo Queiroz e Abelardo Mendes Júnior viajaram, hoje, para a cobertura das Olimpíadas. Farão reportagens sobre a grande festa do esporte com o nosso olhar.

Minha memória do esporte está definitivamente atrelada às imagens que vi de Jogos Olímpicos, de Copas do Mundo, de competições esportivas em geral. Comecei a gostar de esporte aos 9 anos, ao assistir a momentos eternizados pela televisão ou nas arquibancadas do estádio onde me afeiçoei para sempre ao meu Santa Cruz. Assistia aos jogos no Colosso do Arruda, o maior estádio particular da América Latina, segundo o Guinness Book pernambucano, em que não cabem palavras ou estatísticas em contrário.

Ganhei ali emoções para uma vida inteira, e continuo a ganhar cada vez que prego os olhos num atleta diante de seu desafio. Jamais esquecerei — e acho que todos os meus contemporâneos neste mundo também se recordam — da imagem da suíça Gabriele Andersen chegando para completar a maratona nas Olimpíadas de Los Angeles, a primeira vez que a prova feminina foi incluída nos Jogos, em 1984. Diante dos nossos olhos, ela caminhava com dificuldade, se contorcendo, cheia de dores e cãibras, para cruzar a linha de chegada num estado de completa exaustão.

 Creio que, hoje, poucos se lembram de quem ganhou a medalha, mas jamais seremos capazes de apagar o épico esforço daquela atleta. Um exemplo de determinação para a eternidade. Certamente, teremos a chance de ver de perto outras imagens de tirar o fôlego. E isso precisa ser valorizado. Esses homens e essas mulheres, gigantes só por ter conseguido estar em Paris, precisam ser acompanhados com carinho e alegria. Precisam ser vistos como heróis cotidianos, como exemplos para as crianças. O esporte salva, é vibrante. Que todos nós nos inspiremos no espírito olímpico ao menos nestas três semanas. Deixemos os medos e a covardia de lado. Sejamos épicos.

 

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postado em 23/07/2024 06:00
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