Brasileirão Série D

Ceilândia x Goiânia: como foi o calvário de Wisley para voltar a jogar

Em entrevista ao Correio, o volante passa a limpo 1 ano e 2 meses de sacrifício para voltar ao futebol. Depois da reestreia contra o Goianésia, o jogador reencontrará a torcida neste sábado, no Abadião

Wisley ficou mais de um ano parado  -  (crédito: Matheus Dutra )
Wisley ficou mais de um ano parado - (crédito: Matheus Dutra )

Único representante do Distrito Federal a vencer na abertura da Série D do Campeonato Brasileiro na vitória por 2 x 1 contra o Goianésia, o Ceilândia volta a campo neste sábado, às 16h30, para encarar o Goiânia, no Estádio Abadião, no reencontro de um jogador marcado pela dor com a torcida alvinegra. A diretoria anuncia a venda dos ingressos na bilheteria, a partir das 14h. Os primeiros 250 a adquirir o tíquete no valor inteiro de R$ 30 ganhará uma camisa na versão torcedor nas cores alvinegra ou branca.

De olho no acesso, o Gato Preto anunciou reforços nas últimas semanas, entre eles, o retorno do volante Wisley Barbosa, afastado durante um ano e dois meses por causa de uma grave lesão em 2024. O jogador de 28 anos entrou em campo na estreia vitoriosa do alvinegro candango contra o Goianésia, na semana passada, depois de um calvário.

No ano passado, em um confronto único entre Ceilândia e Real Brasília pela Copa Verde, o Gato Preto garantiu o acesso à segunda fase após vencer nos pênaltis. No primeiro tempo, o técnico Adelson de Almeida perdeu Wisley. O volante sofreu grave lesão no joelho direito.

O processo de recuperação não foi fácil. Wisley não esperava passar por uma contusão tão delicada. Houve questionamentos sobre o futuro na profissão. "No início foi horrível fazer essa cirurgia. Eu senti muita, muita dor. Pensei que eu não conseguiria jogar bola nunca mais, porque foi muita dor, mesmo”, relembra em entrevista ao Correio Braziliense.

"Acho que foram uns 50 dias para eu começar a caminhar. Aí você começa a ver a evolução das fisioterapias, começa a viver novamente. No início, você é muito dependente dos outros para tudo. Quando você começa a ser mais independente, consegue ver a evolução, vai querendo voltar a fazer o que você fazia antes", testemunha.

Em abril do ano passado, o Ceilândia conquistou o terceiro título do Candangão. Da arquibancada, o volante viu os companheiros duelarem contra o rival Capital e vencerem a disputa por pênaltis . "Fiquei feliz demais com o título. Mas assim, quando entrei no estádio antes do jogo, foi complicado. Senti um pouco, não tem jeito, vontade de jogar. Ver todo mundo lá...", emociona-se.

Wisley passou um ano e dois meses longe dos gramados cuidando da lesão, com o auxílio dos fisioterapeutas e o apoio da família. Em janeiro deste ano, o jogador nascido em Ceilândia se apresentou para a pré-temporada de 2025. Ele ainda sentia algumas dores. Na reta final da fisioterapia, estava confiante.

"No início foi ruim porque acabam dosando você. Mandam você tirar o pé um pouco. Como foi uma lesão séria, eu não sabia. Em alguns treinos, mandavam eu tirar o pé porque eu estava querendo ultrapassar as barreiras muito rápido", conta.

O encontro com o campo estava próximo. "Todo pessoal do Ceilândia me apoiou bastante. Os jogadores, fisioterapeutas, os diretores, todo mundo. Eu fui ganhando confiança, até que o Adelson (de Almeida, técnico) começou a me colocar mais nos treinos, me deixar mais solto e eu vinha sentindo que chegaria o momento de eu jogar", reconhece, com gratidão.

No confronto do último domingo, Adelson relacionou Wisley para o banco de reservas. Durante o duelo, comentou com o fisioterapeuta: "Marcos, eu acho que devo jogar", falou. Assim aconteceu no segundo tempo. "Quando você entra, até pegar na bola, bate bastante ansiedade e nervosismo. Depois, nossa, foi uma sensação que eu não consigo nem descrever. Fiquei feliz. Até me emocionei no fim do jogo. Deu mais confiança até para treinar para os próximos jogos", celebra.

"A lesão ensina muito. Eu me tornei uma pessoa e um atleta melhor, mais resiliente. Foi muito doloroso. Fui muito guerreiro com minha família. Estou feliz por ter voltado a jogar, não sei nem explicar. Parece que a chama se acende maior ainda depois desse tipo de lesão. Você quer correr atrás do tempo perdido também", afirma.

Ficha técnica

Série D
Ceilândia x Goiânia

Estádio: Estádio Abadião, em Ceilândia 
Horário: 16h30
Árbitro: Julian Negreiros de Castro (AC)
Ingresso: Será realizada na bilheteria do Estádio a partir das 14h
*Estagiária sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

postado em 26/04/2025 09:20
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