CB DEBATE

"Uma boa IA precisa ter um bom combustível, que é o dado", diz Marcio Pereira

O subsecretário de TI do Governo de Goiás participou do 'Correio Debate — Inteligência Artificial e as novas tecnologias: os impactos no mercado brasileiro', nesta terça-feira (30/4), na sede do Correio Braziliense

Marcio César Pereira, subsecretário de Tecnologia da Informação do Governo do Goiás -  (crédito: Minervino Júnior/C.B./D.A.Press)
Marcio César Pereira, subsecretário de Tecnologia da Informação do Governo do Goiás - (crédito: Minervino Júnior/C.B./D.A.Press)

Pensar a regulamentação da inteligência artificial por meio das demandas da sociedade e discutir a transformação digital do estado de Goiás por meio das novas tecnologias foram pontos abordados pelo subsecretário de Tecnologia da Informação do governo de Goiás, Marcio Cesar Pereira, durante participação no segundo painel do evento do Correio Debate — Inteligência Artificial e as novas tecnologias: os impactos no mercado brasileiro, realizado pelo Correio Braziliense em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), nesta terça-feira (30/4).

Segundo Marcio, em 2019, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, desafiou os secretários de Estado a desenvolver a modernização nas pastas. Como resultado, em conjunto com a Universidade Federal de Goiás (UFG), foi criado o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA) que desenvolve soluções inovadoras de alto impacto, por meio do uso de dados e Inteligência Artificial. “Ele nos fez uma provocação de que pudéssemos desenvolver um estado mais moderno, em conjunto com a universidade montamos um centro de desenvolvimento, era um laboratório que inicialmente faturava R$ 10 milhões por ano, mas atualmente já fatura aproximadamente R$ 60 milhões por ano com o trabalho de 60 empresas e mais de 500 pesquisadores, sendo que 70% são bolsistas. Além disso, foi criado o primeiro curso de inteligência artificial do país em uma universidade com a primeira turma formada em 2023”, destacou.

A criação do Centro repercutiu na formação administrativa do governo de Goiás e um dos resultados foi a criação de um laboratório de inovação. “Isso repercutiu no estado em diversas ferramentas, como por exemplo com a criação do Laboratório de Inovação de Goiás (Ligo). Ele faz a relação entre diversas secretarias criando facilidades utilizando a inteligência artificial. O CEIA foi sempre o alicerce para montar isso. Por exemplo, onde podemos montar a blitz mais eficiente? A IA ajuda a fazer um mapeamento do estado para onde montar uma operação que tivesse mais resultados”, explicou.

O estado de Goiás busca continuar se movimentando com o uso das novas tecnologias. “Hoje a ideia é trabalhar para trazer cada vez mais a hiper automação dos nossos processos. Não só na parte de robôs, em que você vai usar para identificar melhor o conteúdo que você vai estar trabalhando e evoluir a técnica, mas usar a IA também para melhorar o framework do seu processo. Então a automação está cada vez mais interligada no nosso dia a dia”, exemplificou.

Márcio também levantou a provocação a respeito do armazenamento da quantidade de informações criadas no processo de desenvolvimento da inteligência artificial e como o governo pode gerir e arcar com custos desse processo. “Para ter uma boa IA é preciso ter um bom combustível, que é o dado. Dessa forma é preciso ter uma governança muito estruturada. Por isso, este ano formamos um comitê no governo constituído pelas principais secretarias que tem algo de relevante a contribuir nesse assunto. E também discutir o que você deve de fato guardar e gerir pois a tendência técnica é que você capture qualquer informação informação e comece a guardar. Mas as vezes é feito gasto de dinheiro público para guardar isso. Então a governança também serve pra isso, para saber fazer melhor o trabalho dentro de um ambiente com inteligência artificial.”

Além da questão de armazenamento, o subsecretário aponta que é necessário realizar um processo para ensinar as pessoas a fazerem o uso das ferramentas e dos dados. “O que também pesa muito nessa estrutura é que quando você vai trabalhar com dados você precisa fazer o letramento, é preciso ensinar para as pessoas a importância não só de manter aquilo mas de como usar aquela informação”.

Por fim, Marcio ainda destacou que é preciso regulamentar colocando metas e objetivos para o país. “O investimento é um ponto importante e o país precisa se voltar mais para isso, para formar essa estrutura. E acho que está faltando nessa regulamentação um pensamento também nessa linha. Regulamentar colocando metas claras para o Brasil alcançar e para que a IA seja de fato uma ferramenta para desenvolver a sociedade”, afirmou.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 30/04/2024 21:23
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação