Câncer colorretal

Exame de sangue oculto nas fezes reduz risco de morte por câncer colorretal

Também conhecido como câncer de intestino grosso, o tumor colorretal é o terceiro tipo mais frequente no Brasil, atrás apenas dos de mama e próstata

O teste comum usa anticorpos para a hemoglobina humana para detectar sangramento intestinal nas amostras -  (crédito: National Cancer Institute/Unsplash)
O teste comum usa anticorpos para a hemoglobina humana para detectar sangramento intestinal nas amostras - (crédito: National Cancer Institute/Unsplash)

Concluir um ou mais exames imunoquímicos fecais (FIT), mais conhecidos como sangue oculto nas fezes, reduz em 33% o risco de mortalidade por câncer colorretal, segundo um estudo com mais de 10 mil pacientes, publicado na revista Jama. O teste comum usa anticorpos para a hemoglobina humana para detectar sangramento intestinal nas amostras. 

No estudo de Chyke A. Doubeni, do Centro Médico Wexner da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, os pesquisadores utilizaram dados de programas de rastreio do câncer colorretal iniciados em 2006 e 2007. De 2011 a 2017, 1.103 participantes com idades entre 52 e 85 anos morreram da doença. Desses, 44,8% haviam realizado o teste de sangue oculto nas fezes. 

Como comparação, os cientistas incluíram informações de saúde de 9.608 outras pessoas, que estavam vivas e não tinham o tumor. Dessas, 55,6% haviam feito um ou mais exames imunoquímicos fecais. Em 10 anos de acompanhamento, 12% foram diagnosticadas com o câncer colorretal. 

Ao analisar os dados de mortalidade dos dois grupos, os pesquisadores constataram que pessoas que fizeram um ou mais exames de sangue oculto nas fezes tiveram risco 33% menor de morrer da doença no período observado. 

Detecção 

O câncer colorretal é um dos poucos tumores oncológicos que podem ser prevenidos. Além disso, tem um bom prognóstico quando a detecção é precoce. Segundo Ricardo Guilherme Viebig, diretor técnico do Núcleo de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia (MoDiNe) do Hospital Igesp, em São Paulo, a maneira mais eficaz de diagnosticar a doença é a pesquisa de sangue oculto e o exame de colonoscopia, indicada a partir dos 45 anos. "Quando o câncer é detectado em estágio inicial, tem grande chance de ser tratado com sucesso, confirmando a importância do rastreamento e detecção precoce", diz.

Também conhecido como câncer de intestino grosso, o tumor colorretal é o terceiro tipo mais frequente no Brasil, atrás apenas dos de mama e próstata. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o país registra aproximadamente 44 mil casos anuais da doença, o que corresponde a uma incidência de 21,10 por 100 mil habitantes. Mais de 70% dos diagnósticos estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste. (PO)

 


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postado em 24/07/2024 05:01
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